[CONEXÃO TEOLÓGICA]®

"Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus. 2Pe 3:18)

TEOLOGIA SISTEMATICA: PORQUE ESTUDAR TEOLOGIA?

1.      Temos por definição de teologia sistemática qualquer estudo que responda à pergunta:
a.       “O que a Bíblia como um todo nos ensina hoje?” sobre qualquer assunto.
                                                        i.           Ela viabiliza a reunião e entendimento de “todas as passagens relevantes da Bíblia sobre vários tópicos” para, então, sintetizar o seu ensino de forma que auxilie o crer acerca de cada tema.
2.      A teologia sistemática se diferencia da teologia do Antigo Testamento, da teologia do Novo Testamento e da teologia bíblica que são organizadas “na ordem em que são apresentados na Bíblia”.
a.       Já a teologia bíblica é técnica para a teologia, pois contém a teologia do Antigo Testamento e a teologia do Novo Testamento.
b.      Ela também faz uso do material da teologia bíblica construindo sobre seus resultados quando são necessários para o desenvolvimento de uma doutrina.
c.      Entretanto, o núcleo da teologia sistemática concentra-se na compilação e, depois, na sintetização do ensino de todas as passagens bíblicas sobre um assunto específico.
3.      Definir teologia sistemática pressupõe o como uma doutrina em estudo é vista em termos de seu valor prático para a vida cristã.
a.      Usando essa definição de teologia sistemática, fica claro que os cristãos, na sua maioria, fazem teologia sistemática a partir do momento em que dizem algo acerca do que a Bíblia, ele está sintetizando um dado conhecimento.
4.      No estudo sistemático é de extrema importância que qualquer pessoa “tenha em mente a firme resolução de abandonar como falsa qualquer ideia que seja claramente contestada pelo ensino das Escrituras” e também não creia numa doutrina específica, a não ser que seja convencido a partir do próprio texto das Escrituras.
5.      A palavra doutrina pode ser entendida, como “o que a Bíblia como um todo nos ensina hoje acerca de algum tópico específico”.
a.       As doutrinas podem ser bem amplas ou bem restritas, como a:
                                                        i.           “doutrina de Deus” (inclui tudo o que a Bíblia nos apresenta acerca de Deus), ou a doutrina da eternidade de Deus ou na doutrina da Trindade, etc.
6.      Pode-se fazer uma certa confusão entre teologia sistemática e ética cristã.
a.       Mas, para ficar claro a “teologia sistemática está no que Deus quer que creiamos e conheçamos” (idéias);
b.     Ao pensarmos em ética cristã reconhecemos o que Deus quer que façamos e nas atitudes (situações) que venhamos a ter, ou seja: “Ética cristã é qualquer estudo que responda à pergunta ‘O que Deus exige que façamos e que atitudes ele exige que tenhamos hoje?’  com respeito a qualquer situação”.
7.      Partindo das seguintes pressuposições:
a.       “(1) que a Bíblia é verdadeira e é, na realidade, nosso único padrão absoluto da verdade;
b.      (2) que o Deus sobre quem fala a Bíblia existe e é quem a Bíblia diz ser”, começamos nossos estudos.
8.      E a partir dessa base, entendemos que os cristãos devem estudar teologia sistemática, devem se envolver no processo de reunir e de compendiar os ensinos e não apenas continuar lendo a Bíblia com regularidade.
a.       O resultado dessas ações nos leva a pensar que a teologia sistemática, por trabalhar de forma a organizar seus ensinos bíblicos ou de explicá-los de maneira mais clara do que a própria Bíblia faz, nos leve a negar implicitamente a clareza das Escrituras.
b.      Mas não foi essa a ordem de Jesus em Mateus 28, Ele quer que ensinemos:
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século (Mt 28.19-20).
9.      Ensinar o que Jesus ordenou é simplesmente ensinar o que Ele falou nas narrativas dos evangelhos e no Novo Testamento.
a.       Inclui também a interpretação e a aplicação da vida e dos ensinos que deixou.
                                                  i.      A Grande Comissão não é só a evangelização, mas o ensino.
                                                ii.      E a tarefa de ensinar o que Jesus e o que a Bíblia nos ensina hoje.
                                              iii.      Assim, para ensinar é necessário reunir e abreviar os textos das Escrituras sobre um determinado assunto.
                                              iv.      Através de passagens mais relevantes e resumos do conteúdo, ensinaremos melhor.
                                                      v.           “A razão básica para estudar teologia sistemática, então, é que ela nos capacita a ensinar a nós mesmos e a outros o que a Bíblia toda diz, cumprindo dessa forma a segunda parte da Grande Comissão”.
10.  Razão básica para este estudo, além de ser um meio de obedecer ao mandamento do nosso Senhor, é que existem mais algumas vantagens:
a.       “estudar teologia nos ajuda a vencer nossas idéias erradas”
b.      “estudar teologia sistemática nos torna “capazes de tomar decisões melhores mais tarde em novas questões de doutrina que possam surgir”
c.       “estudar teologia sistemática irá ajudar-nos a crescer como cristãos”.
11.  Mas nem sempre a teologia sistemática foi vista com bons olhos.
a.       Alguns estudiosos desconfiam da teologia sistemática em função da não-contradição.
                                                        i.           Dizem que por serem suas conclusões “requintadas demais” é que os “teólogos sistemáticos devem estar, portanto, colocando à força os ensinos da Bíblia dentro de um molde artificial, distorcendo o verdadeiro significado das Escrituras a fim de conseguir um conjunto ordenado de crenças”.
12.  Respondemos da seguinte forma:
a.       identifique que partes da Bíblia tem sido interpretada erradamente e,
b.      “se entendemos de maneira precisa os ensinos de Deus nas Escrituras, devemos esperar que nossas conclusões “se harmonizem umas com as outras” e sejam mutuamente coerentes.
                                                        i.           Coerência interna, portanto, é um argumento a favor, não contra, qualquer conclusão específica da teologia sistemática”.
13.  Outro questionamento sobre a teologia sistemática esta na “escolha e organização dos assuntos e até mesmo ao próprio fato de se fazer o estudo das Escrituras por assuntos”.
a.       Pontuamos que nossas considerações iniciais determinam nossas conclusões sobre assuntos polêmicos.
b.      Para responder a essa objeção, entendemos que cabe a discussão sobre a necessidade do ensino das Escrituras, mais para tanto nosso alvo é descobrir o que Deus exige de nós em todas as áreas do nosso interesse hoje.
14.  O estudo da teologia sistemática, a partir do conteúdo bíblico, apresenta algumas normas:
a.       Estudar teologia é “uma atividade espiritual em que precisamos da ajuda do Espírito Santo”.
b.      Estudar teologia sistemática é aprender informações dos ensinos das Escrituras não muito divulgados entre os cristãos.
                                                  i.      Em Tiago 1:19-20 aprendemos que “o entendimento das Escrituras deve ser compartilhado em humildade e amor”.
c.       Para extrair conclusão lógica de um determinado texto, assim como Jesus e os escritores do NT requer um estudo com a razão.
                                                  i.      A “Bíblia é o último padrão da verdade; e, juntos, esses fatos nos mostram que somos livres para usar nossa razão a fim de extrair conclusões de qualquer passagem das Escrituras, até o ponto em que essas deduções não contradigam o ensino claro de alguma outra passagem das Escrituras”.
d.      O ensino teológico não pode ser adquirido sem o auxílio de outras pessoas.
                                                  i.      Permitir aqueles que tem melhor entendimento das Escrituras venha até nós, é um excelente passo.
                                                ii.      Uso de outros livros e conversas sobre o que estamos estudando “podem explicar os ensinos bíblicos com clareza e ajudar-nos a entendê-los com mais facilidade”.
15.  O processo de compilação e entendimento bíblico compreende:
a.       Encontrar todos os versículos relevantes.
b.      Ler os versículos relevantes, fazer anotações e tentar resumir os seus pontos principais.
c.       Sintetizar em um ou mais pontos que a Bíblia afirma sobre aquele assunto.
16.  Estudar teologia é fazer estudo do Deus vivo e das maravilhas de todas as suas obras na criação e na redenção.
a.       Ao estudar os ensinos da Palavra de Deus, não devemos nos surpreender se muitas vezes nosso coração prorromper espontaneamente em expressões de louvor e deleite como as do salmista:
                                                  i.      Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração (Sl 19.8).
                                                ii.      Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas (Sl 119.14).
                                              iii.      Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca (Sl 119.103).
                                              iv.      Os teus testemunhos, recebi-os por legado perpétuo, porque me constituem o prazer do coração (Sl 119.111).
REFERENCIA:

Teologia Sistemática. Wayne Grudem, Edições Vida Nova. Introdução – p. 1-22


LIÇÃO 13  -  AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA!

  1. INTRODUÇÃO
    1. Nesta última lição do trimestre estudaremos sobre a importância do verdadeiro e genuíno avivamento espiritual, principalmente nestes dias em que o pecado e a iniquidade crescem assustadoramente, e muitos cristãos estão vivendo momentos de frieza espiritual e até abandono da fé.
    2. Por estas e outras razões, mais do que nunca, devemos clamar como o profeta Habacuque: “aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos...” (Hc 3.2).
  2. O QUE SIGNIFICA AVIVAMENTO?
    1. A palavra avivamento deriva-se da palavra avivar, que quer dizer: “tornar-se mais vivo”, “estimular”, “animar”.
    2. Avivar significa tornar alguém mais vivo, mais dinâmico e ativo.
    3. Em relação à igreja, podemos dizer que avivamento é a restauração do primeiro amor (Ap 2.4,5), resultando no despertamento, arrependimento e na busca incessante pela presença de Deus (Ne 8.1-18; 9.1-38; 10.29).
  3. QUAIS OS ELEMENTOS DO VERDADEIRO AVIVAMENTO?
    1. Nos dias de Esdras, o povo de Deus experimentou um grande avivamento.   
    2. Baseado nessa experiência, podemos aprender sobre os principais elementos do genuíno avivamento. Vejamos:
                                         i.    Oração sincera (Ed 8.21-23). 
1.    Esdras foi o comandante do segundo grupo de judeus que retornaram à Palestina após o cativeiro babilônico.
2.    Ele entendeu que qualquer projeto para um despertamento espiritual do povo de Deus inicia com oração.
3.    Todos devem clamar por um avivamento poderoso, glorioso e soberano, oriundo de Deus para nossas vidas (Ed 9.1-5).
4.    Todos os avivamentos da Bíblia e da história da igreja foram marcados e conservados pela oração, jejum, arrependimento, confissão, quebrantamento de espírito, humilhação diante de Deus e santidade (Ed 10.6; Ne 1.4-11; Hc 1.1).
                                        ii.    Louvor agradável a Deus (Ed 3.10,11).  
1.    Antes do cativeiro, o povo de Deus havia recebido orientações sobre a maneira como louvar ao Senhor, sob o reinado do salmista e rei Davi.
2.    Após o cativeiro, no período da reconstrução, quando experimentavam um avivamento na nação louvaram a Deus, pois o verdadeiro louvor é parte essencial na vida daqueles que são alcançados por um grande mover espiritual.
                                       iii.    A Palavra de Deus (Ed 7.10).  
1.    A Palavra de Deus, que é poderosa, penetrante e renovadora, é o grande agente divino para o avivamento.
2.    Todo e qualquer clamor por um despertar divino, seja ele coletivo ou individual, não pode ocorrer sem que tenha base na Palavra de Deus.
3.    É ela quem quebranta os corações, que expõe o pecado e nos leva ao reconhecimento da necessidade urgente de uma volta ao Deus (Ne 8.512).
                                       iv.    O temor ao Senhor (Ed 10.1).  
1.    Sem um avivamento contínuo em sua vida, o cristão perde, aos poucos, o temor ao Senhor, a repulsa pelo pecado e torna-se insensível ao Espírito Santo.
  1. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO AVIVAM ENTO?
    1. O livro dos Atos dos Apóstolos descreve as características de uma igreja que vivia sob o mover do Espírito Santo.
    2. Vejamos, então, as características dessa igreja avivada:
                                         i.    Perseverança na Palavra. 
1.    Todo avivamento autêntico está centrado em Deus e em sua Palavra.
2.    A expressão: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos...” (At 2.42a) tem o mesmo sentido de “perseverar na doutrina de Cristo” ou “perseveravam em obedecer a Palavra de Deus”.
                                        ii.    Perseverança na comunhão. 
1.    Uma igreja avivada vive como um corpo bem ajustado (I Co 12.12), onde não há lugar para contendas, rixas e fofocas entre os cristãos (At 2.42 b; Sl 133.1).
                                       iii.    Perseverança no partir do pão.   
1.    A expressão “partir do pão” (At 2.42c) refere-se a Santa Ceia.
2.    Uma igreja avivada reconhece a importância de se reunir para lembrar a morte do Senhor Jesus.
3.    Ele mesmo disse: “fazei isto em memória de mim...” (I Co 11.24,25).
                                       iv.    Perseverança na oração. 
1.    Sem oração não pode haver avivamento.
2.    A igreja deve orar não apenas pelo avivamento, mas também pela manutenção do mesmo, priorizando o reino de Deus e a sua justiça, pois, o principal objetivo da oração não é a busca dos bens terrenos, e sim, uma profunda comunhão com Deus (At 2.42d; Mt 6.33).
                                        v.    Temor.
1.    Era outra característica da igreja primitiva.
2.    É interessante observar que o texto diz: “E em toda a alma havia temor...” (At 2.43a).
3.    Não era apenas em alguns cristãos, ou na maioria dos cristãos, e sim, “em toda a alma”.
4.    Nenhuma igreja poderá ser avivada, se não houver temor ao Senhor.
                                       vi.    Desprendimento dos bens materiais.   
1.    Uma igreja avivada não se apega aos bens materiais.
2.    Por isso, a igreja primitiva repartia seus bens com os necessitados, como uma prova de amor ao próximo e desprendimento dos bens terrenos (At 2.44,45; Cl 3.1-3).
                                     vii.    Perseverança em ir ao templo.   
1.    O médico Lucas diz que aqueles cristãos “perseveravam todos os dias no templo...” (At 2.46a).
2.    Isto nos ensina que uma igreja avivada reconhece a necessidade de estar na casa de Deus (Sl 122.1).
3.    É lamentável que, nos dias atuais, muitos cristãos não perseveram em ir ao templo.
                                    viii.    Louvor a Deus.  
1.    Quando a igreja é avivada, Deus é louvado no seu templo (At 2.47).
2.    Não há lugar para show e muito menos estrelismo.
3.    Uma igreja avivada ocupa-se com a genuína adoração ao Único e Verdadeiro Deus (Jo 4.23,24).
  1. QUAIS OS RESULTADOS DO GENUÍNO AVIVAMENTO?
    1. É quase impossível descrever, em sua totalidade, os resultados de um autêntico avivamento.
    2. Vejamos, então, apenas alguns:
                                         i.    No Antigo Testamento. 
1.    O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como:
a.    reinado de Asa (II Cr 15. 1-15);
b.    no reinado de Joás (II Rs 11 e 12);
c.    no reinado de Ezequias (II Rs 18. 4-7);
d.    no reinado de Josias (II Rs 22 e 23);
e.    nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros.
2.    Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:
a.    Obediência aos mandamentos divinos (II Rs 18.6; II Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);
b.    Retorno do culto ao Senhor (II Cr 15.8; II Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);
c.    Destruição dos ídolos (II Cr 15.8; II Rs 18.4; II Rs 23.4-20);
d.    Arrependimento, confissão e abandono do pecado (II Rs 22.11; Ne 9.1-3);
e.    Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (II Cr 15.11; II Rs 11.11; 22.4-7);
f.     Prosperidade espiritual (II Rs 18.6; 23.25).
                                        ii.    No Novo Testamento. 
1.    As experiências vividas na Igreja Primitiva nos revelam o que acontece quando a igreja é avivada. Vejamos:
a.    Pregação do Evangelho com ousadia, mesmo em meio às ameaças (At 4.20,29; 5.29);
b.    Conversão de almas (At 2.14-42; 5.14; 8.12; 11.21);
c.    Batismo com o Espírito Santo (At 8.14-17; 10.44-46; 19.1-6);
d.    Milagres e maravilhas (At 3.6-9; 8.5-8; 9.32-42);
e.    Dedicação a obra missionária (At 1.8; 13.1-4);
f.     Ação social (At 6.1-3; 9.36).
  1. CONCLUSÃO
    1. Mesmo vivendo nesses tempos difíceis, em meio a uma sociedade corrompida e perversa, devemos entender que é possível experimentar o verdadeiro avivamento.
    2. Deus é o mais interessado que a Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais.
    3. Por isso, neste ano em que se comemora o Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, busquemos, com todo fervor e devoção o genuíno avivamento, sabendo que o Senhor Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8).

REFERÊNCIAS:

  Bíblia de Estudo Pentecostal.  Donald C. Stamps. C.P.A.D.
  Dicionário Teológico.  Claudionor C. Andrade C.P.A.D.
   Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. de R.N. Champlin. HAGNOS.
  Apostila: Avivamento, uma realidade para os dias atuais. Sup. Camp. Ev. IEADPE.